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Como a PNL mudou a minha vida

O ano de 2012 foi particularmente difícil para mim.

Ao longo da minha vida sempre me habituei a lidar com as situações de forma positiva, a enfrentar os desafios, a superar as dificuldades e a superar-me a mim mesma com determinação. Sempre me habituei a viver focada nas soluções e a descomplicar. Mas desta vez era diferente.

O desafio parecia insuperável e eu não sabia como lidar com a situação. A morte da minha mãe parecia prematura, inesperada e abrupta.  Eu não estava à altura de saber viver sem Ela. E senti-me perdida. Profundamente perdida. Uma dor insuportável tomou conta de mim. Uma tristeza que eu desconhecia invadiu todas as células do meu corpo. A sua partida acabaria por revelar, também, uma relação falsa entre os meus pais, um dia a dia doentio que, aparentemente, se tornara insuportável para a minha mãe.

Como era possível que eu não tivesse percebido? E como era possível que os valores da família com que eu crescera se estivessem a desmoronar, uma a um, em frente dos meus olhos. O casal que eu sempre acreditara ser um exemplo havia sido, afinal, um espaço de muita dor, de muito sofrimento e de muitas mentiras escondidas. As razões do sofrimento da minha mãe, que durante vários meses lhe tiraram o sono e lhe causaram uma profunda depressão, revelavam-se agora, cruelmente, em todo o seu esplendor. E esta dor era demais para mim. Uma grande mentira, um profundo desgosto e uma vergonha sem fim, deixaram-me sem chão, sem paredes, sem asas e, acima de tudo, sem vontade de continuar a viver. Eu precisava de força para continuar, eu tinha os meus filhos, o meu marido, os meus amigos, mas eu não encontrava essa força dentro de mim. Precisava de energia para trabalhar mas ela não surgia. Precisava de acreditar no futuro mas, no horizonte, eu apenas vislumbrava um intenso nevoeiro.

E foi no auge deste sofrimento, sentindo que estava prestes a colapsar que ouvi, pela primeira vez, a palavra PNL.

– PNL? O que é isso? – perguntei perante uma expressão tão estranha quanto difícil de perceber

Ah! É espetacular! –  dizia-me uma amiga, psicóloga, hoje autora de um programa com enorme sucesso na área da educação, na cidade do Porto. É programação neurolinguística! Tem a ver com a nossa mente e com a forma como organizamos os nossos pensamentos e as nossas emoções. E tem a ver com a nossa linguagem. Linguagem verbal e linguagem corporal. É muito interessante e explica muitos dos nossos comportamentos. Chamam-lhe a fórmula do sucesso. É muito bom! Eu quero fazer um curso de PNL – dizia-me ela.

Estas palavras fizeram eco no meu interior. A psicologia, os comportamentos e os segredos da nossa mente sempre tinham sido uma paixão para mim mas, por variadíssimas razões, as minhas opções académicas e profissionais tinham-se afastado deste caminho.

Este momento foi, sem dúvida,  um momento de viragem. Quando dei por mim, estava sentada na carruagem de um pequeno comboio, que me conduzia até uma pequena vila alemã perto de Hanôver, cujo nome nem aparecia no mapa. Na mão segurava um pequeno livro de Coaching e PNL e, no aeroporto de Frankfurt acabara de encontrar, quase que por milagre, uma mala que tinha esquecido no tapete rolante.

Ao fim de vários anos casada e com uma família numerosa, esta era a primeira vez que eu viajava, sozinha, para um país estrangeiro.

E lá estava eu! Sem filhos, sem marido, sem mãe, sem pai, sem carro, sem horários, sem obrigações, sem listas de compras, sem compromissos, sem pedidos, sem banhos para dar, sem jantares para preparar e, sobretudo, sem ouvir aquela palavrinha mágica que escutava diariamente  vezes sem conta – Mãe!

E foi ali que tudo começou…

Embarquei numa viagem à procura da PNL e na ânsia de encontrar respostas às minhas dúvidas.

Parti para o meu primeiro curso de PNL com muitas perguntas. Estava longe de adivinhar que voltaria com muitas mais.

Só que, agora, estas perguntas eram… diferentes!

Aprendera a fazer novas perguntas e, com elas, haveriam de surgir novas respostas.

Com as novas respostas muitas coisas mudariam na minha vida e ainda hoje continuam a mudar.

Os “porquês?” deram  lugar aos “como?” (como fazer?)

Os julgamentos deram lugar à compaixão.

A ansiedade e o medo deram lugar à confiança.

E as certezas (crenças) deram lugar à magia das possibilidades infinitas.

Quando regressei eu sabia que tinha mudado. Profundamente. Senti que tinha passado por um processo muito transformador. No início parecia terapia, mas depois percebi que não. Era apenas auto-conhecimento, auto-consciência e lógica. Como era possível que, agora, tudo fizesse tanto sentido? Como era possível que as mudanças que pareciam tão difíceis se tornavam, afinal,  tão acessíveis? Que pôr-me no lugar dos outros era afinal tão simples? Que a fisiologia é a base de todo o sucesso e a sua adequação é uma escolha? Que uma boa parte das nossas emoções resulta da nossa narrativa? Que existe uma fórmula para o sucesso, que todas as pessoas podem aprender?

Tudo isto era maravilhoso e, nesse ano, eu tomei uma decisão.

Uma decisão que seria, talvez, a decisão mais  importante da minha vida: reinventar-me e ajudar os outros a reinventar-se.

Com uma carreira de sucesso na área jurídica, há muito que este trabalho não me  realizava e não me fazia sentir feliz.

Por isso, foi fácil. Aos quarenta e tal anos eu reinventei-me. E mudei de vida.

Não, não abandonei os meus quatro filhos!

Não, não me divorciei!

Não, não mudei de país!

Nada disso! Mudei a minha opção profissional. E com ela tudo mudou.

A programação neurolinguística foi, neste processo, a minha grande aliada!

O modo como eu pensava, as reações que eu tinha e o significado que atribuía às situações, mudaram. E a PNL ensinou-me como fazê-lo de forma profunda, consistente e definitiva.

O primeiro grande pressuposto da Programação Neurolinguística – Mapa não é Território –  abriu-me a maior de todas as portas: uma coisa é a realidade; outra coisa é a perceção que eu tenho da realidade; Ups! se eu mudar a perceção que eu tenho da realidade (mudando os meus filtros, as minhas crenças, os meus pensamentos e ampliando as minhas perspetivas) então a minha realidade também muda; e isso muda tudo.

A PNL ensinou-me a aprender “como”. Como fazer para gerar essas mudanças. Como lidar com as armadilhas da mente para gerar resultados de sucesso. Como educar as emoções? Como comunicar de forma eficaz. Como perceber os sinais da linguagem corporal. Como reaprender a aprender. Como ser mais feliz de forma mais eficiente.

Enquanto modelo de auto-conhecimento, a PNL permite-nos entender as estratégias mentais que usamos para pensar, para sentir, para agir e explica como obtemos determinados resultados (bons ou menos bons). E como mudá-los. Entendendo o processo e dominando um conjunto de ferramentas, tudo se torna muito simples. Não fácil, mas simples. Aprendemos a criar uma dinâmica interna de sucesso, habituamo-nos a ela, e adquirimos novas competências: tornámo-nos mais eficientes, mais conscientes e mais bem sucedidos.

Dentro da programação neurolinguística é possível encontrar vários tipos de abordagens, nomeadamente PNL para vendas, PNL para liderança, PNL para falar em público, PNL para team building, PNL com coaching, etc. mas, a mim, aquela que mais me fascina é a área de Humanistic PNL . Nesta abordagem é possível apreender a PNL de forma ampla, focada no auto-conhecimento e no conhecimento dos outros e, acima de tudo, uma programação neurolinguística que oferece uma caixa de ferramentas para usar em qualquer contexto – pessoal, familiar, social, ou profissional. Um curso de Humanistic PNL é um curso que proporciona um enorme crescimento pessoal e nos torna seres “mais humanos”, mais empáticos e mais conscientes.

Foi com a programação neurolinguística que consolidei a minha auto-estima, que reconstruí a minha auto-confiança e que ampliei as minhas perspetivas sobre a vida, sobre as pessoas e sobre o mundo que me rodeia. Foi com ela que, verdadeiramente, aprendi a aumentar o meu leque de escolhas e a sentir-me verdadeiramente livre nas opções.

Hoje sinto-me em paz e em plena harmonia comigo e com o mundo à minha volta. Ajudo os outros a crescer e a conhecerem-se melhor com as ferramentas da PNL e do Coaching e sinto que a (re)programação neurolinguística nos ajuda, efetivamente, a tomar decisões mais certas, mais conscientes e, sobretudo, mais livres.

Enquanto Formadora e Coach acompanho diriamente os processos de transformação dos meus clientes, o que é muito gratificante e me faz sentir profundamente realizada.

Agradeço todos os dias à minha mãe, do fundo do meu coração, tudo aquilo que ela me ensinou e toda a falta que me fez sentir. Sem ela e sem a falta que ela me fez, nunca teria partido à procura de mim… E talvez ainda hoje não me tivesse encontrado! E aprendido a viver com a sua ausência.

Se eu podia viver sem a PNL?

Poder podia… Mas não era a mesma coisa!

(Manuela Selas)